quarta-feira, 14 de março de 2018

Stephen Hawking

Faleceu hoje o físico britânico Stephen Hawking. Ele foi um ícone do seu tempo, talvez principalmente pelo fato de ter vivido durante décadas em uma cadeira de rodas, se comunicando apenas através de uma máquina que sonorizava palavras que ele escrevia com um dos poucos dedos da mão que possuía movimento. Também deve se creditar a sua fama ao fato de ter publicado dois livros de divulgação científica de grande sucesso no mundo todo: "Uma breve história do tempo" e "O universo numa casca de noz". São livros muito bem escritos e que procuram mostrar diversos aspectos da física de uma forma que não iniciados possam compreender.

No que diz respeito ao seu trabalho como cientista, Hawking deu várias contribuições para a astrofísica, incluindo teoremas de singularidade e a descoberta da existência de mini-buracos negros. Hawking também deu uma grande contribuição ao entendimento que temos sobre a entropia. De acordo com os seus cálculos, a entropia pode ser vista como uma grandeza proporcional à área de um buraco negro. Entretanto, talvez a sua mais importante contribuição ao conhecimento desses estranhos corpos que povoam o universo seja a descoberta de que eles não são completamente negros. Por um princípio da teoria quântica, o físico britânico mostrou que existe a possibilidade dos buracos negros emitirem partículas, a chamada radiação de Hawking.


Foto de Stephen Hawking na década de 1980 (fonte: Wikipédia).


Apesar de sua condição física adversa e de ser um cientista que trabalhava numa área muito abstrata do conhecimento, Hawking não estava desconectado do resto do mundo. Para demonstrar isso vamos contar apenas um caso. O seu biógrafo Kitty Ferguson escreveu que "um dos arrependimentos da vida de Hawking foi não ter tido uma oportunidade de atropelar a Margaret Thatcher com sua cadeira de rodas". (Aqui lembramos que Margaret Thatcher foi a primeira-ministra britânica que introduziu uma série de medidas neoliberais que tiraram diversos direitos dos cidadãos britânicos, a ponto de que após a sua morte tenham ocorrido comemorações em diversos pontos da Grã-Bretanha). Perguntado sobre a veracidade da frase, Hawking respondeu de forma ambígua: "Um rumor malicioso. Na verdade, eu atropelaria qualquer um que repetisse aquilo". Genial.